domingo, 26 de maio de 2013
VICKOR LOWENFELD (1903-1960)
Foi professor de Educação Artística e dedicou sua vida e carreira, tornando-se uma referência em respeito a essa área da educação.
Lowenfeld defendeu convictamente que o desenvolvimento estético, social, físico, intelectual e emocional se refletem na expressão artísticas da criança. Desenvolveu uma teoria de estágios de desenvolvimento criativo.
A. O DESENHO INFANTIL SEGUNDO LOWENFELD
Quando mais auto-confiança a criança tiver, mais ela se arrisca a criar e a se envolver com o que faz. A criança segura se concentra com mais facilidade nas atividades. Consegue se soltar e acreditar no que faz. De acordo com Streinberg. (apud LOWENFELD, 1977,p.128)
Aprender a desenhar, desenhando. Embora essa afirmação possa parecer destituída de significado, ela é muito verdadeira: a ação de desenhar é que a escola do desenho. O mesmo vale para as outras atividades artíticas: aprende-se a pintar, pintando; aprender-se a esculpir, esculpindo;aprender-se a escrever, escrendo, e assim por diante.
Nenhum treino ou exercício de coordenação motora fará com que a criança expresse sua criatividade. Uma criança segura tem maior capacidade de envolvimento, de concentração e de prazer em criar. Assim, a criança se desenvolve em harmonia e se organiza no contexto espaço/temporal, se posicionando frente à vida, descobrindo o significado que a vida tem para si e percebendo-se como criadora de sua próprima história. Lowenfld (1977).
B. DESENVOLVIMENTO DA CAPACIDADE CRIADORA
De acodo com os autores Lowenfeld e Brittain,no livro, “O Desenvolvimento da Capacidade Criadora”, o desenho infantil passa por algumas fases de desenvolvimento.
Por volta dos 2 anos de idade já são feitos os primeiros rabicos. A criança está livre das influências externas. Suas garatujas são realizadas pelo
Figura 3 Desenho Infantil (2 anos). Fonte: Google Imagens.
puro prazer cinestésico, pela possibilidade de poder registrar os movimentos. Aos poucos as linhas vão ficando mais controladas, conforme a criança adquire um controle visual sobre elas. O pensamento deixa de ser cinesésico para ser imaginativo quando a criança relacionar as garatujas a elementos do seu meio. Essas são as primeiras manisfestações de suas experiências sensoriais, e é o desenvolvimento da base de retenção visual.
Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/desenvolvimento-e-aprendizagem/rabiscos-ideias-desenho-infantil-garatujas-evolucao-cognicao-expressao-realidade
A partir dos 4 anos de idade, surgem as primeiras experiências representativas. Ainda que sejam ligadas às garatujas, não impedem a identificação dos elementos que estão sendo representados. Nessa fase, o desenho é a oportunidade da criança organizar suas experiências, convertendo o pensamento em forma concreta. O importante não é o aspecto externo dos desenhos, mas o processo total de criação. Não se deve estabelecer técnicas e padrões.
Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/desenvolvimento-e-aprendizagem/rabiscos-ideias-desenho-infantil-garatujas-evolucao-cognicao-expressao-realidade
Por volta dos 7 anos, a criança está começando a estruturar seus processos mentais de tal forma que pode começar a ver relações em seu ambiente, os desenhos são estruturais e esquematizados. Para isso, as crianças lançam mão da perspectiva afetiva, rebatimento, “um homem”, desenhado por uma criança de 4 anos. As primeiras experiências representativas decorrem, naturalmente, das garatujas infantis
Entre os 9 e 12 anos, a criança deixa de lado a repetição dos mesmos símbolos. Ela adquire auto-crítica e também consciência do ambiente natural. Passa a se preocupar com proporções e profundidade. Ainda de acordo com o livro, “(...) entre os 12 e 14 anos, alguns jovens já têm o sentimento de serem adultos, mas seus desenhos são apreciados como algo infantil. Isso lhes causa um grande choque.” Assim, a criança se torna muito crítica em relação aos seus trabalhos devido à pressão que ela sente para que ele se conforme aos padrões de comportamento, isso pode sufocar seus impulsos criadores. A ânsia de crescer gera uma certa vergonha na criança em relação aos seus desenhos.
Fonte:http://www.lideranca.com.br/uploads/image/9%20Marcos%20Vin%C3%ADcius%20Grapes%20de%20Souto%20-%209%20anos.jpg
C. A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR
O papel do professor de Artes é extremamente importante nesse processo. É ele que está sempre presente, observando o desenvolvimento de cada criança, orientando-o e direcionando-o. Segundo Lowenfeld e Brittain, o professor deve ter sempre em mente que não deve impor padrões e regras a serem seguidos, estabelecer algo supostamente correto, “bonito” ou “feio”. Essas seriam restrições à capacidade criadora da criança e, consequentemente, inibiram a expressão individual da criança e sua auto-afirmação.
É preciso ajudar as crianças a desenvolver a confiança na auto-afirmação, propiciada pela expressão artítica. O desenho infantil deve ser estimulado não com a intenção de ensinar as técnicas para as crianças, mas pelo fato de este ser um importante processo de aprendizagem. É a oportunidade dela se expresar, de expor de forma concreta seus pensamentos e sentimentos. À medida que a criança desenha, ela aprende, pois assim ela organiza e concretiza seus pensamentos ao mesmo tempo em que lhe dá auto-confiança por estar construindo e se expressando livremente.
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